Nas noites de domingo geralmente fazemos um lanche em família. Como havíamos ido à Casa Santa Luzia (um supermercado gourmet) no sábado, ontem tínhamos uma grande variedade de gostosuras para o lanche.
Ao terminar de arrumar a mesa me dei conta que havia iguarias de várias partes do mundo em nossa mesa. Apesar de nem tudo ser importado, a origem dos produtos nos remetia a diferentes países e culturas. Tínhamos salame italiano, lombo defumado alemão, queijo de cabra americano, patê de foie francês, pão sírio, queijo minas e prato bem brasileiros, alface e a salada de feijão fradinho do post anterior. Além dos meus maravilhosos azulejos portugueses.
Fiquei pensando que o mundo anda tão intolerante. Pessoas têm levantado armas porque outras não tem a mesma religião, a mesma cor, a mesma origem, a mesma opinião política ou a mesma classe social que elas. Matar e morrer por essas diferenças tem se tornado banal. Já quase não se lamenta essa situação, apenas se conta o número de vidas perdidas.
Naquele momento vislumbrei que a comida nos aproxima. Todos temos que comer para viver mas, diferentemente dos animais, a comida para nós, humanos, está intimamente relacionada com a cultura. Não sei se é só um devaneio meu mas parece-me que não é estapafúrdio pensar que para os radicais o outro pode até ser meio "esquisito" mas aquela comidinha na mesa dele bem que deve ser saborosa.
Creio mesmo que a culinária, com seus apelos que nós conhecemos tão bem, pode mudar um pouco essa situação tão preconceituosa em que estamos inseridos. Será que há preconceito que resista a um chocolate, a uma kafta, a um faláfel, a um couscous, a um bacalhau, a uma feijoada, a um hambúrguer, a um fondue, a um sushi, a um risoto... Acho que cada um pode dar continuidade a esta lista que é tão grande quanto a diversidade humana.
Coloco-me aqui contra o radicalismo e o preconceito. Acho que a mesa pode ser uma grande oportunidade de ensinarmos às crianças o valor e as delícias que as diferenças têm. Esta luta é nossa. Lutemos com a arma que temos, nossa dedicação à culinária. Um beijo carinhoso.
23 comentários:
Concordo plenamente, um pouco mais de amor no mundo consertaria muita coisa.
bjo,
Nina.
Pura verdade Claudia!!!
E que mesa Linda...
Abraços.
Mandou muito bem Claudíssima! Imagine todos nós unidos pela comida, seria extraordinário! Um beijo e boa semana.
www.trivialfenomenal.zip.net
O último restaurante coreano que fui fica na Rua Silva Pinto, 442 - Bom Retio, tel32213137 (não sei o nome). Acho que este é o mais fiel à cozinha coreana ( e barato).
Tem um que fica na Liberdade, chamado Korea House (Rua Galvão Bueno,43 - próximo ao metrô Liberdade). (não é caro)
Tem um na Aclimãção chamado Cho Sun OK (Avenida Aclimação, 502 - tel32719621) - este é o mais caro.
No Morumbi, tem o Hongané (Avenida Morumbi, 6774 - tel37580502).
nem fala! o mundo esta ficando cada vez mais pequeno e quem teimar em ficar bitolado em guetos so tem a perder. antes, era tao dificil poder experimentar iguarias de outras culturas, tinha-se que viajar, pegar avioes, navios. hoje temos tudo o que quisermos no mercadinho da esquina e temos que aproveitar essa vantagem.
lanche delicioso, azulejos maravilhosos! :-))
beijoo,
Belo texto, temos que ensinar nossas crianças a conviverem com as diferenças e a culinária é um dos caminhos, sem dúvida. Além de deixarmos claro nossos pensamentos frente à notícias que mostram a intolerância e os preconceitos,e estar sempre ensinando a elas que o amor de Cristo é para todos e que devemos imitá-lo, pelo menos tentarmos. Porque a primeira lição de amor ao próximo é a tolerência.
Linda mesa e muita Paz!
bjs
Cláudia maravilha de texto muito lindo,eu penço da mesma maneira como o mundo era bem melhor.um bjs Natércia...
Adorei seu post e assino embaixo, Clau - tanta coisa boa no mundo e o povo brigando por cada coisa besta...
Menina, nem fale. Sua mesa estava bem ao estilo Nações Unidas. Adorei os azulejos também.
Claudia apoiadissima! o povo se restringe tanto com esses preconceitos bobos, é muito feio isso!adorei o post e o lanche devia estar incrivel com tanta coisa boa! bjos e uma linda semana!
Acho que já disseram tudo mas renovo: concordo plenamente.
As delícias dessa mesa também me merecem um enorme aplauso.
uma mesa muito apelativa, já comia un pedaçinho de queijo.
Bela reflexão!
É Isso mesmo Cláudia,tem toda a razão!
Que lanche delicioso heim?!Me deu saudades da Casa Santa Luzia,quando morava em SP adorava passar por lá nos fins de semana.
Agora só nas férias quando vou visitar a família é que mato as saudades.Beijo
Cláudia que mesa linda que post bonito,você tem total razão em tudo que falou!
Claudia, assino embaixo sem pestanejar. Acho que as pessoas precisam de mais amor para serem felizes. A culinária certamente nos aproxima e deixa o mundo mais contente (inclusive nós blogueiras que podemos ficar amigas virtualmente e quem sabe um dia nos encontrarmos).
Um beijo!
www.mangiachetefabene.wordpress.com
Fiquei babando com a mesa cheia de coisas gostosas e bonitas! É verdade que toda vez que assistimos aos noticiários nos perguntamos pra quê tanta guerra? Lindo e reflexivo post, amiga!
Que belo texto, Cláudia! Dá para meditar... :-)
Concordo em gênero, número e grau, Clau! E você me deixou ainda com mais vontade de conhecer a Casa Santa Luzia, que ainda não conheço! Parabéns pela linda mesa e pelo post inspirado... Bjs!
Arrasou no texto, nas fotos e nos azulejos! :)
Tem toda a razão Cláudia! Muita gente tem preconceito porque desconhece. Grande parte do preconceito é fruto da ignorância.
Seria óptimo uma maior abertura por parte das pessoas, uma disponibilidade para "provar" e aprender.
Beijos.
E verdade, o que colocamos na nossa mesa pode ser uma pequena lição que podemos ensinar no nosso dia a dia. No meu caso, eu sou Portuguesa, casada com um Português, filho de pais Cabo-Verdianos e já passámos por muito preconceito, infelizmente... Tudo seria muito melhor se nós como pessoas soubéssemos respeitar as diferenças de cada um, porque ninguém é igual.
Bjinhos ;)
Pára tudo que eu quero descer!!!
Essas fotos tão de revista...
Um beijão, Diogo
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